Engenheiro de Obra Pronta

Engenheiro de Obra Pronta

Talvez você já tenha ouvido a expressão: “engenheiro de obra pronta”.
Talvez já tenha sido — mesmo que sem querer — um deles.

Sabe aquela pessoa que aparece só no final, com a planta na mão e a régua do julgamento?
Olha para o que foi feito e diz:
“Ah, se fosse comigo, eu teria feito diferente…”
“Faltou isso aqui, né?”
“Por que não pensaram naquilo?”

Pois é. Falar depois é fácil.
Difícil é estar ali — no começo do terreno vazio, nos dias de sol quente, na chuva que atrasa a obra, nos cálculos que não fecham e no medo que bate quando parece que nada vai sair do chão.

Opinar sem ter vivido o processo é, muitas vezes, querer ser mais importante que o próprio assunto.
É tentar colher prestígio sem ter plantado esforço.

E foi ouvindo um jovem empresário que aprendi algo valioso.
Após dar sua opinião (não solicitada) sobre minha empresa, ele respirou fundo, refletiu, voltou e disse:

“Me desculpa, Alan. Falar agora é fácil. Fico parecendo engenheiro de obra pronta. Só você sabe as dificuldades que passou.”

Naquele momento, as palavras dele não foram só humildes. Foram ensinamento.

Ali, naquela conversa noturna, não havia mais espaço para vaidade.
Havia espaço para convergência.
Dois humanos em busca de solução.
Dois humanos dispostos a colaborar — não a competir.

Importar. Importante. Importância.

A palavra importar vem do latim importare, que significa “levar para dentro”.
E dela nascem duas outras palavras poderosas: importante e importância.

💡 Importar-se é levar algo para dentro de si.
💡 Algo importante é aquilo que foi trazido com valor para dentro.
💡 E dar importância a alguém ou algo é reconhecer esse valor internamente.

Então, se você realmente quer importar,
não é gritando sua opinião.
É se fazendo presente.
É sendo parte da construção — e não só da crítica.

Presente no planejamento.
Presente nos momentos difíceis.
Presente quando ninguém vê glamour no processo, mas alguém precisa de ajuda para segurar uma trave.

Importar-se é agir antes do aplauso.
É oferecer o ombro antes de apontar o dedo.
É construir junto, mesmo quando o cimento atrasa ou o projeto muda no meio do caminho.

Uma pergunta para hoje:

Será que você tem sido apoio — ou especialista em obra pronta?

Que seus próximos passos sejam com mais presença e menos julgamento.
Mais escuta e menos palpite.
E se ainda assim quiser opinar, pergunte antes:
“Quer que eu fale ou só quer que eu ouça?”